quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Por vezes hesitei postar ou não postar, mas eis que me encontro, em plena madrugada da sexta-feira, entre um gole e outro de café-com-leite, sob o vento que sacode meus cabelos, dando, se não, uma sensação de liberdade. Não venho trazer per feições ou textos perfeitos. Quero somente traduzir. Palavras. Traduzir em palavras. Emoções. Situações. 

     Em uma segunda-feira que somente Garfield é capaz de explicar, encontro-me no trabalho com uma S-E-R-E-N-I-D-A-D-E jamais vista. Nada que falassem ou dissessem seria capaz de exaurir minha paz. Entre uma procuração e outra, entre um sorriso e outro, uma pessoa se destacou. Não há como descrever o que senti quando de longe vi aquele anjo que de mim se aproximava usando um vestido rosa tão pequeno que mal cabia seu corpo franzino. Junto a ele, suas muletas, que também rosas, completavam seu encanto e seu brilho. E. era o nome dele. É o que dele posso revelar. Enquanto ele se aproximava, fui tomada por uma ..., sensação... aflição, sei lá, antes nunca sentida. Ao passo que o vi em minha frente lutando contra sua deficiência, lágrimas contidas não permitiram que eu tomasse a liberdade de arrancar um sorriso que fosse daquele rosto tão pequeno e tão lindo que via em minha frente, e a única coisa que consegui falar foi - Oi, tudo bem?!. Palavras secas obtive em sua resposta. Mas não secas em sentimento, em inocência. Foram palavras tímidas. Mais nada. Enquanto preparava o documento, observava E. e somente conseguia enxergá-la como um anjo. Tão pequenina, tão pequenina, mas ao mesmo tempo, tão forte. Trazia uma bravura, uma força de vontade em seu ar sagaz, indescritível. Em uma rápida olhada para suas mãos que repousava sobre o mesinha a qual ela se encostara, vi uma cicatriz em seu braço. Isso fez-me pensar no quanto ela já havia sofrido, tentando somente estar ali. Um ar sério tinha seu rosto, mas que em conversas paralelas com seu pai, puderam trazer pra mim o que eu esperava: um sorriso. Isso foi o bastante para que lágrimas me saltassem aos olhos. Na tentativa de me conter daquela situação, resolvi ler o documento, e por isso, tive que agora tê-la como centro de meus olhos, pois de minhas emoções ela já havia tomado conta. Ao olhar em seus olhos, o coração bateu mais rápido, e a vontade de colocá-la no colo foi inexplicável. Enquanto fazia a leitura da procuração, E. não encontrava-se somente em minha frente, mas também em meus pensamentos. Ao vê-la assinar, mais uma vez, fui incapaz de conter as lágrimas.  Era uma letra tão linda, mas tão linda, que só se confundia com sua beleza, e principalmente com a beleza de seu sorriso. A despedida foi triste. Meu desejo era abraça-la, tê-la em meu colo, saber o que lhe faltava. Apenas vi E. indo em embora, olhando para suas pernas, lutando com seu equilíbrio, tendo nas muletas cor-de-rosa um apoio. E fiquei ali, sentado em meu lugar, com um outro alguém, que tomava minha atenção... e que não me permitiu olhar pela última vez aquele anjo que sumiu tão rapidamente, assim como os anjos enviados por DEUS, que somem, sobem aos céus sem percebermos. E até hoje carrego E. em meus pensamentos, e ainda mais, no coração.

P.S¹:Sinto que o café  frio, gelado, e as lágrimas agora já começam a conter-se.

P.S²: E., um anjo que apareceu em minha vida, de aproximadamente 12 anos, deficiente física, luta hoje para conseguir um apoio financeiro dos órgãos competentes, para que a partir de seus proventos, a mesma venha a custear seu tratamento. 

E. uma lição de Vida, de Superação, de Alegria. Uma lição de Amor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário