terça-feira, 31 de julho de 2012

F.J

Tentei escrever em sua homenagem mas as palavras fugiram. Ele as dominou de uma forma que elas até me escapam. Ele ultrapassa os sentidos da razão e da emoção. Vive de instintos e de instintos ele vive. Fred Jhunior: a prova viva de que  o amor ainda pode fazer morada dentro de você. Apenas permita-se.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Buscar, buscando.

O maravilhoso Carlos Drummond de Andrade nos diz em seu texto "O Lutador" que "Lutar com as palavras é a luta mais vã." A pior das lutas travamos dentro de nós mesmos. É o querer bem, não querer, é a luta diária do bem e do mal. São os sapos engolidos friamente. São os leões que matamos ao ver que mais um dia chega. Há dias que nos questionamos sobre nossa existência. Aquelas crises existenciais. Em outros, sorrimos como que estivéssemos com borboletas no estômago. E assim seguimos, meu caro amigo. Ora chorando, ora sorrindo. Alguns vivendo, outros nem tanto, mas sempre buscando. Buscar buscando. É isso. Vivemos em intenso conflito, na busca pelo inatingível e no desprezo pelo atingido. Queremos sempre mais. E é nessa busca desenfreada que nos perdemos. Perde-se a essência, perde-se o sorriso. Viver é mais simples do que você pensa. Apenas busque. Sorria e abra os braços para a felicidade. O resto é consequência.

"Mas ai! é o instante

de entreabrir os olhos:
entre beijo e boca,
tudo se evapora."


O Lutador, Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

do Iapoque ao Chuí


As palavras são poucas para descrevê-la. Ela é mais. Ela vai do Iapoque ao Chuí com um sorriso no rosto, esbanjando simplicidade. Em suas veias correm duas cores: vermelho e branco. Tradução da paixão. Amor. Seus olhos refletem o brilho do mar, sua voz emite o barulho das ondas, e suas palavras, a força do mar em ressaca. Ela lá em Ipanema, é a coisa mais linda. No sertão, é Rosinha de Luiz Gonzaga. Ela é a flor do meu mandacaru. Da mata Atlântica ao litoral, da zona da mata ao sertão, ela é todas numa só. Seu corpo tem as curvas que me levam ao precipício do amor. Ela exala paixão. Ela é figura real, tocável, palpável. Ela é a tradução do amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Apenas

Era tarde quando encontram-se naquele domingo. Enquanto o sol começava a se pôr, os sorrisos começavam a despontar. O carro tornava-se o aconchego da presença, da companhia. Os olhos cruzaram-se num movimento rápido dos segundos. Estavam ali somente em corpos. As almas há tempos que cruzaram-se. Entre um sorvete e outro, seguiram de encontro ao mar. O mar representava em uma metáfora a imensidão do coração, que vivia em constante ressaca, que buscava dia a dia a liberdade. O barulho das ondas quebrava o silêncio que perdurava. Num instante, as mãos tocaram-se e o toque gélido, caloroso, exalava desejo. Nesse instante, pertenciam-se um ao outro.
As mãos corriam pelas costas com a força de um leão feroz, rasgando e deixando as marcas do desejo. As bocas em beijos ardentes, vibrantes, encontravam-se. Os olhos buscavam o nada. A cama tornou-se, enfim, a hipérbole de uma paixão. Eram, apenas, homens. Amores.